Durante a Idade Média os livros eram escritos pelos copistas, à mão.
Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem económica: tinta e papel eram valiosíssimos.
Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem económica: tinta e papel eram valiosíssimos.
Assim,
surgiu o til (~), para substituir o m ou n que nasalizava a vogal
anterior. Se reparar bem, você verá que o til é um n sobre a
letra.
O
nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para
Phco e Pco ? o que explica, em Espanhol, o apelido Paco.
Ao citarem os santos, os copistas os identificavam por algum detalhe significativo de suas vidas.
O nome de São José, por exemplo, aparecia
seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo
(suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a
abreviatura JHS PP, e depois simplesmente PP. A pronúncia dessas letras
em sequência explica por que José, em Espanhol, tem o apelido de Pepe.
Já
para substituir a palavra latina et (e), eles criaram um símbolo que
resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente
conhecido como e comercial, em Português, e, ampersand, em Inglês,
junção de and (e, em Inglês), per se (por si, em Latim) e and.
E
foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas
criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina ad, que tinha,
entre outros, o sentido de casa de.
Foram-se
os copistas, veio a imprensa, mas os símbolos @ e & continuaram
firmes nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de
unidades da mercadoria e o preço.
Por exemplo: o registo contabilístico 10@£3
significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma.
significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma.
Nessa época, o símbolo @ significava, em Inglês, at (a ou em).
No
século XIX, na Catalunha (Espanha), o comércio e a
indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contabilísticos dos
ingleses. E, como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses
davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma
unidade de peso. Para isso contribuíram duas coincidências:
1- a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba;
2- os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma
arroba.
Por isso, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registo de 10@£3 assim: dez arrobas custando 3 libras cada uma. Então, o símbolo @ passou a ser usado por eles para designar a arroba.
O
termo arroba vem da palavra árabe ar-ruba, que significa a quarta
parte: uma arroba ( 15 kg , em números redondos) correspondia a 1/4 de
outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo
português quintal, medida de peso que equivale a 58,75 kg .
As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua forma definitiva há dois séculos, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais dactilografados), trouxeram em seu teclado o símbolo @, mantido no de seu sucessor - o computador.
Então,
em 1972, ao criar o programa de correio electrónico (o e-mail), RoyTomlinson usou o símbolo @ (at), disponível no teclado dessa máquina,
entre o nome do usuário e o nome do provedor.
E foi assim que Fulano@Provedor X ficou significando Fulano no provedor X.
Na
maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa
parecida com sua forma:
em Italiano, chiocciola (caracol);
em Sueco,
snabel (tromba de elefante);
em Holandês, apestaart (rabo de macaco).
Em
alguns, tem o nome de certo doce de forma circular: shtrudel, em
iídisch; strudel, em alemão; pretzel, em vários outros idiomas europeus.
No nosso, manteve sua denominação original: arroba.
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