domingo, 30 de outubro de 2011

Sucesso mundial 'made in Covilhã' A empresa Waydip, criada na Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, foi selecionada como uma das 50 novas firmas mais inovadoras do mundo, num concurso da Kauffman Foundation. A PT também escolheu a Covilhã para inovar.

A empresa Waydip, criada na Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, foi selecionada como uma das 50 novas firmas mais inovadoras do mundo, num concurso da Kauffman Foundation.
A firma foi fundada há um ano por dois alunos, Filipe Casimiro e Francisco Duarte, que inventaram o Wayenergy, um sistema de pavimento que produz energia elétrica de cada vez que alguém ou alguma viatura passa sobre ele.

Entre os mais inovadores do mundo

Em 2010, a invenção ganhou os prémios EDP/Inovação Richard Branson e MIT Inovação. Este ano, os dois sócios submeteram a empresa ao juízo da Kauffman Foundation, fundação norte-americana dedicada ao empreendedorismo, e acabaram por figurar na lista das 50 novas firmas mais inovadoras do mundo.
Todas as distinções "ajudam a promover a empresa, em especial numa altura em que nos preparamos para avançar para o mercado", explicou Francisco Duarte à Agência Lusa.

Pisar e produzir energia

No primeiro semestre de 2012, a Waydip vai instalar os primeiros pavimentos para produzirem energia elétrica em centros comerciais e terminais de transportes.
Para o segundo semestre está prevista a internacionalização da empresa, "depois de validados e consolidados todos os processos em Portugal, durante a primeira metade do ano".
Cada mosaico do sistema Wayenergy esconde pequenos motores sob a superfície que quando são pressionados produzem energia que é acumulada em baterias.
Um sistema pré-comercial vai ser instalado durante o mês de novembro na entrada da Faculdade de Engenharias da Covilhã, para alimentar os sistemas de iluminação e sinalização do edifício.

PT investe €90 milhões na Covilhã

A Covilhã ambém volta a estar no mapa dos grande investimentos tecnológicos com o lançamento da obra que vai dar origem a um dos maiores centros de dados do mundo.
A obra pertence à Portugal Telecom e está orçada em €90 milhões. Vai gerar 1400 postos de trabalho a maioria dos quais de alta especialização. A empresa envolveu já neste seu projeto a Universidade da Beira Interior.
Quanto às características técnicas do projeto, a PT  estima que os 30 PB de capacidade de armazenamento  deste centro de dados permitam guardar mais de 75 milhões de filmes de alta definição (HD). O projeto tem ainda em conta uma vertente ecológica: com o recurso a sistemas de refrigeração free cooling (que recorre ao ar ambiente), a PT prevê poupar 40% no consumo de energia e emitir muito menos dióxido de casrbono para a atmosfera.

Frio do Inverno potencia projeto

Recorde-se que antes de optar pela Covilhã a PT analisou 26 locais pissíveis em todo o país. As baixas temperaturas que ali se fazem sentir durante uma boa parte do ano também pesaram na decisão, pois vai gastar-se menos em refrigeração que noutras zonas do país.
O centro de dados deverá estar operacional em 2012 e poderá ser usado para potenciar serviços na área do cloud computing, tanto para consumo interno como para exportação.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Salário mínimo aumentou €88 euros desde 1974

O salário mínimo nacional teve um acréscimo de apenas 88 euros desde 1974, enquanto que as pensões mínimas de velhice e invalidez aumentaram apenas 38 euros nos últimos 36 anos, segundo dados da Pordata.
A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala segunda-feira, a Pordata divulgou alguns dados estatísticos relativamente à situação económica e social do país.
Comparando a evolução do salário mínimo e das pensões mínimas de invalidez e velhice desde 1974 até 2010, e descontando o efeito da inflação, constata-se que hoje em dia os beneficiários desses apoios sociais auferem apenas mais 88 euros e 38 euros respetivamente.

Mais de meio milhão recebia rendimento social de inserção em 2010


Nesse mesmo ano (2010), correspondia a 15 por cento da população portuguesa o número de pensionistas de invalidez e velhice da Segurança Social com pensões inferiores ao salário mínimo, o que significa que perto de um milhão e meios de pessoas estavam nessa situação.
Além disso, existia mais de meio milhão de pessoas a receber o Rendimento Social de inserção, dos quais quase metade (47%) com menos de 25 anos.
A Pordata revela ainda que em 2009 (últimos dados disponíveis) Portugal era o quarto país da União Europeia (UE) com maiores desigualdades de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que o rendimento dos mais ricos era 6 vezes superior ao dos mais pobres (a média europeia era de cinco).
Dados relativos ao mesmo ano demonstram que mesmo após as transferências sociais quase uma em cada cinco pessoas (17,9%) era pobre, 37 por cento dos agregados constituídos por um adulto com uma ou mais crianças e 33 por cento dos agregados só com idosos também viviam em situação de pobreza.

Risco de pobreza entre os mais altos da UE


Em apenas quatro anos (de 2005 a 2009), Portugal passou do 17.º para o 9.º país com a taxa de risco de pobreza mais alta da UE, isto apesar de essa taxa, após transferências sociais, ter diminuído.
Sem as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em Portugal seria cerca do dobro do que é atualmente, revela ainda a Pordata, esclarecendo que em Portugal é pobre quem vive com um rendimento mensal (por adulto) próximo dos 400 euros.
A propósito também do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a Oikos - Cooperação e Desenvolvimento recorda que em 2010 aumentaram os desastres naturais, mais de mil milhões de pessoas (uma em cada sete) passavam fome e 200 milhões sobreviviam sem emprego.

Relatório "The World We Want" lançado a 17 de outubro


Estes dados constam de um relatório - "The World We Want" - que a organização vai lançar, no dia 17 de outubro, em simultâneo com mais de 20 países.
Este relatório, que contou com contribuições oriundas de centenas de organizações de 35 países do mundo, recorda que muitas pessoas que vivem em pobreza são de países de rendimentos baixos, mas também e cada vez mais de países de rendimentos médios, "o que altera a forma como se concebe a ajuda ao desenvolvimento".
"O espaço democrático está a ser restringido com a entrada em vigor de leis que progressivamente ameaçam os direitos civis e políticos", mas "as insurreições democráticas em todo o mundo estão a abrir caminho para a autodeterminação dos povos", afirma a Oikos num comunicado, acrescentando que "as pessoas estão fartas da pobreza e de alimentar os ditadores".
Por isso, recorda que hoje em dia os povos conjugam formas tradicionais de se organizarem com outras novas e tecnológicas, como o Facebook e o Twitter.
A Oikos quer que a data em que se assinala a pobreza e em que o relatório será divulgado "sirva de inspiração para todos quantos estão a querer lutar por um mundo melhor".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Poema de agradecimento à corja

"Poema de agradecimento à corja
 
Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer, o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa"



Joaquim Pessoa nasceu no Barreiro em 1948.
Iniciou a sua carreira no Suplemento Literário Juvenil do Diário de Lisboa.
O primeiro livro de Joaquim Pessoa foi editado em 1975 e, até hoje, publicou mais de vinte obras incluindo duas antologias. Foram lhe atribuídos os prémios literários da Associação Portuguesa de Escritores e da Secretaria de Estado da Cultura (Prémio de Poesia de 1981), o Prémio de Literatura António Nobre e o Prémio Cidade de Almada.
Poeta, publicitário e pintor, é uma das vozes mais destacadas da poesia portuguesa do pós 25 de Abril, sendo considerado um "renovador"
nesta área. O amor e a denúncia social são uma constante nas suas obras, e segundo David Mourão Ferreira, é um dos poetas progressistas de hoje mais naturalmente de capazes de comunicar com um vasto público.
Bibliografia: "O Pássaro no Espelho", "A Morte Absoluta", "Poemas de Perfil", "Amor Combate", "Canções de Ex cravo e Malviver", "Português Suave", "Os Olhos de Isa", "Os Dias da Serpente", "O Livro da Noite", "O Amor Infinito", "Fly", "Sonetos Perversos", "Os Herdeiros do Vento", "Caderno de Exorcismos", "Peixe Náufrago", "Mas.", "Por Outras Palavras", "À Mesa do Amor", "Vou me Embora de Mim".

A NACIONALIDADE DE ADÃO E EVA



Um alemão, um francês, um inglês e um português apreciam o quadro de Adão e Eva no Paraíso.

O alemão comenta:
- Olhem que perfeição de corpos:
Ela, esbelta e espigada;
Ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados.
Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês contesta :
- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende das figuras:
Ela, tão feminina,
Ele, tão masculino,
Sabem que em breve chegará a tentação.
Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça o
inglês comenta :
- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto.
Só podem ser ingleses.


Depois de alguns segundos mais, de contemplação silenciosa,o português declara :
- Não concordo. Olhem bem:
não têm roupa,
não têm sapatos,
não têm casa,
tão na merda,
Só têm uma única maçã para comer.
Mas não protestam,
só pensam em sexo, e pior,
acreditam que estão no Paraíso.
Só podem ser portugueses

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Se a origem está na Velha Europa, porque é que temos que imitar os do outro lado do Atlântico?

Acordo Ortográfico ... em «direito comparado»
Vejam alguns exemplos:
Em Latim
Em Francês
Em Espanhol
Em Inglês
Até em Alemão, reparem:
Velho Português
(o que desleixámos)
O novo Português (o importado do Brasil)
Actor
Acteur
Actor
Actor
Akteur
Actor
Ator
Factor
Facteur
Factor
Factor
Faktor
Factor
Fator

Tact
Tacto
Tact
Takt
Tacto
Tato
Reactor
Réacteur
Reactor
Reactor
Reaktor
Reactor
Reator
Sector
Secteur
Sector
Sector
Sektor
Sector
Setor
Protector
Protecteur
Protector
Protector
Protektor
Protector
Protetor
Selection
Seléction
Seleccion
Selection

Selecção
Seleção

Exacte
Exacta
Exact

Exacto
Exato



Except

Excepto
Exceto
Baptismus
Baptême

Baptism

Baptismo
Batismo

Exception
Excepción
Exception

Excepção
Exceção



Optimum

Óptimo
Ótimo
Se a origem está na Velha Europa, porque é que temos que imitar os do outro lado do Atlântico.
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada pelos os nossos intelectuais da Língua de Camões.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

 “A morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida”, afirmou Steve Jobs, em 2005, frente a uma plateia de estudantes da Universidade de Stanford, nos EUA. “Lembrar-me de que todos estaremos mortos em breve é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida”. O icónico fundador da Apple morreu no dia 5 de Outubro, com 56 anos, depois de anos com vários problemas de saúde, entre os quais um tipo raro de cancro do pâncreas.

A morte foi anunciada esta noite pela Apple que não avançou a causa exacta da morte do seu co-fundador.

"A Apple perdeu um génio visionário e criativo e o mundo perdeu um ser humano fantástico", lê-se no site da empresa. "O Steve deixa uma empresa que só ele poderia ter construído e o seu espírito será sempre o alicerce da Apple".

Há muito que Steve Jobs se debatia com sérios problemas de saúde, que começaram com um cancro pancreático, em 2004. “O meu médico disse-me para ir para casa e tratar dos meus assuntos”, recordou Jobs, no discurso em Stanford. “É o código dos médicos para dizer que vamos morrer”.

Depois de lhe terem dado um prognóstico de três a seis meses de vida, os médicos acabaram por descobrir que a doença era de um tipo raro, que podia ser curado. Mas, desde então, as aparições públicas mostravam-no cada vez mais magro e fraco, motivando especulações – e receios entre os investidores – sobre o seu estado de saúde. Em 2008, a agência Bloomberg enganou-se e chegou a publicar um obituário.

Jobs fundou a Apple aos 21 anos e ajudou a criar a indústria dos computadores pessoais. Foi despedido da empresa e chefiou o estúdio que criou Toy Story, o primeiro filme de animação moderno. Foi CEO da Apple até Agosto, cargo que tinha desde 1997, ano em que regressou à empresa e a salvou de uma situação difícil, lançando-a numa série de sucessos consecutivos. Pelo caminho, mudou o mundo da música e dos telemóveis.

A importância da caligrafia
Frequentemente descrito como um empresário brilhante e um inventor visionário (tem o nome em mais de 300 patentes), é um exemplo do conceito americano de self made man.

Steven Paul Jobs nasceu a 24 de Fevereiro de 1955, em São Francisco, na Califórnia. Tanto o pai (um sírio a estudar ciência política) como a mãe (uma universitária americana) acharam que eram muito novos para o criar. Foi adoptado por um casal de classe média que morava em Mountain View, também na Califórnia – a zona que anos mais tarde viria a ser Silicon Valley, a meca da tecnologia a nível mundial.

Durante a adolescência de Jobs, várias empresas de tecnologia tinham instalações naquela área e ele cresceu num ambiente que acompanhava o despontar da electrónica pessoal.

Quando andava no liceu, em Cupertino (onde hoje é a sede da Apple), frequentava conferências nocturnas na Hewllet-Packard e chegou a trabalhar lá durante um Verão. Foi onde conheceu o funcionário da HP Steve Wozniak, um geek com talento para montar placas de circuitos e com quem viria a fundar a Apple.

Entrou para a Universidade de Reed, mas só esteve inscrito um semestre. O curso era demasiado caro para a bolsa dos pais. E Jobs “não tinha ideia do que fazer com a vida”, lembrou no discurso em Stanford.

Apesar de ter desistido do curso, continuou pelo campus. Dormia no chão no quarto de amigos e recolhia garrafas de cola para receber o dinheiro do depósito e comprar comida. Uma vez por semana, tinha “uma refeição decente” num templo hindu. E resolveu frequentar aulas de caligrafia, porque achava que os cartazes da faculdade (feitos à mão) eram bonitos. Nestas aulas, aprendeu princípios estéticos que marcaram não só a história dos produtos da Apple, mas também de todos os computadores pessoais.

O princípio da Apple
O primeiro computador Apple era basicamente uma placa de circuitos que tinha de ser montada pelos compradores. Foi lançado em 1976, custava 666,66 dólares e tinha sido desenvolvido por Jobs e Wozniak, na garagem dos pais de Jobs.

A empresa foi oficialmente fundada no ano seguinte. Em finais de 1980, avançou para uma triunfal entrada em bolsa. Jobs (então com 25 anos), Wozniak (cinco anos mais velho) e largas dezenas de outros investidores iniciais tornaram-se milionários instantâneos. Em 1984, os dois co-fundadores receberam do Presidente americano Ronald Reagan a Medalha Nacional de Tecnologia (Jobs usou na cerimónia um laço branco, em vez da mais usual gravata).Com a empresa a crescer, o jovem empresário aliciou o então presidente da Pepsi, John Sculley (um executivo experiente), para o cargo de CEO. Segundo o mito, Jobs terá perguntado a Sculley se este queria passar o resto da vida a fazer água com açúcar ou se queria ajudar a mudar o mundo.

A Jobs coube então a tarefa de chefiar a divisão dos Macintosh, uma das gamas de computadores que a marca desenvolvia. Mas a relação entre Sculley e Jobs deteriorou-se e, na sequência de uma luta interna de poder, acabou por ser afastado da empresa que criara. Tinha 30 anos, era multi-milionário, solteiro, sentia (admitiu mais tarde) que falhara e não sabia o que fazer a seguir.

Fora da Apple
Após meses de reflexão, decidiu fundar uma nova empresa de computadores, chamada NeXT, que desenvolveu computadores topo de gama destinados aos mercados universitário e empresarial.

Um ano depois, em 1986, comprou o The Graphics Group à produtora Lucasfilm, de George Lucas. A empresa desenvolveu um computador destinado a sectores que precisassem de trabalhar com gráficos exigentes, como o cinema e a medicina. Mas o produto não foi bem sucedido e o The Graphics Group acabou por evoluir para a Pixar, o estúdio de animação que criou Toy Story, lançado em 1995 e que é o primeiro filme de animação com gráficos gerados por computador. Jobs surge na ficha técnica do filme como produtor executivo.

Mais tarde, em 2006, a Disney acabou por comprar a Pixar, tornando Steve Jobs no maior accionista individual daquela empresa, com cerca de sete por cento das acções.

Foi também durante o período fora da Apple que Jobs conheceu a mulher, Laurene Powell. Casaram-se em 1991, numa cerimónia dirigida por um monge budista (a religião de Jobs). Ele tinha 36 anos, ela era sete ou oito anos mais nova.

O casal tem um filho e duas filhas. Ele já fora pai em 1978. Na altura, começou por negar a paternidade da criança (alegando que era estéril), mas acabou por reconhecê-la e um dos primeiros computadores da Apple chamava-se Lisa, o nome desta primeira filha. Na versão oficial, porém, o nome do computador é a sigla de Local Integrated Software Architecture.

Não se sabe muito da vida pessoal do fundador da Apple. São-lhe conhecidas várias excentricidades, como a insistência no mesmo guarda-roupa (nos últimos anos, as calças de ganga e a camisola de gola alta preta), ter morado numa enorme mansão praticamente sem mobília ou ter demorado anos a decorar um apartamento em Nova Iorque para nunca lá morar (vendeu-o a Bono, vocalista dos U2). Conduzia um Mercedes prateado sem matrículas (e que já foi fotografado estacionado num lugar para deficientes) e tinha um jacto privado.

O segundo acto
O escritor F. Scott Fitzgerald afirmou um dia: "Não há segundos actos nas vidas americanas". Evidentemente, Fitzgerald, que morreu em 1940, não pôde conhecer Steve Jobs, que foi o protagonista de um dos maiores segundos actos da indústria tecnológica dos EUA.

Em 1996, a Apple decidiu comprar a NeXT, que tinha pouco sucesso comercial, mas desenvolvera tecnologia importante, a qual acabou por ser responsável por um grande salto evolutivo nos computadores da Apple.

A aquisição fez Jobs regressar à empresa que fundara. Primeiro como conselheiro e, logo em 1997, como CEO interino, cargo que acabou por assumir definitivamente três anos depois.

Na altura, a Apple estava em dificuldades financeiras. Jobs decidiu acabar com uma série de projectos falhados e lançou uma nova linha de computadores Mac. Eram computadores, disse então, cuja parte de trás tinha melhor aspecto do que a parte da frente dos concorrentes. Sob a sua liderança, a empresa regressou aos lucros.Já neste século, resolve dar um novo rumo à Apple. Rodeado da equipa de executivos que agora lidera a empresa, faz uma incursão no mundo da música: em 2001, a Apple lança o primeiro iPod, que praticamente se veio a tornar sinónimo de leitor de música. Dois anos mais tarde, volta a abalar o sector musical, ao lançar a loja online iTunes: em vez de ser preciso comprar álbuns inteiros, as pessoas podiam agora comprar apenas as canções que quisessem.

Em 2007, já visivelmente debilitado (apesar de o cancro pancreático que aparecera três anos antes ter sido descrito como curado), volta a levar a Apple por um novo caminho, com o lançamento do iPhone. Há anos que a indústria dos telemóveis procurava um modelo com um ecrã sensível ao toque que apelasse aos consumidores. Mas foi preciso o toque de Jobs para que surgisse a fórmula certa.

Com o iPhone, Jobs virou o sector ao contrário. Vários fabricantes apressaram-se a tentar seguir as pisadas da Apple. A Nokia, na altura um portento dos telemóveis, está em declínio, em grande parte porque ainda não conseguiu encontrar forma de competir neste novo mercado.

Dois anos mais tarde, recebeu um transplante de fígado, altura em que teve uma ausência prolongada da liderança da empresa. Em Janeiro de 2011, voltou a uma baixa médica, por motivos de saúde não especificados. Já não regressou. Em finais de Agosto, demitiu-se.

“Sempre disse que no dia em que não conseguisse cumprir com os meus deveres e responder às expectativas como CEO da Apple, seria o primeiro a dar-vos conhecimento disso. Infelizmente esse dia chegou”, escreveu na carta de demissão, dirigida ao conselho de administração e à “comunidade Apple”.

Contrariamente a muitos gestores de topo, Steve Jobs tem uma legião de fãs, o que o aproxima mais de uma estrela musical do que de um homem de negócios. A seguir à demissão, surgiram em catadupa mensagens na Internet com desejos de melhoras e declarações de admiração, mesmo da parte de alguns críticos. Nos últimos anos, quando subia a um palco para apresentar um produto, era sempre recebido com uma ovação. Fê-lo pela última vez em Junho deste ano.